A suspensão do Campeonato MIneiro por medida liminar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deverá fazer com que o Estadual tenha suas duas primeiras rodadas comprometidas por conta do recurso do Betim Futebol sobre a denúncia de irregularidade do Ipatinga na disputa do Módulo II do ano passado
As análises sobre a realização ou não do Campeonato Mineiro no próximo sábado (21) divergem no campo especulativo, mas fato é que o julgamento do próximo dia 19, quando o TJD-MG decidirá sobre o recurso do Betim, influenciará na disputa do torneio de 2023.
O diretor do Betim Futebol, Fred Pacheco, acredita que o Mineiro terá suas duas primeiras rodadas suspensas, até que o recurso transite em julgado, ou seja, tenha decisão em última instância.
“O clube que tiver decisão desfavorável neste julgamento de quinta-feira (19), irá recorrer. Então, serão mais três dias úteis para o prazo de recurso e outros sete dias para o julgamento final, mesmo que seja de urgência. Deveremos tem uma decisão final somente na outra semana, depois da semana que vem”, explicou o dirigente.
No calendário original do Campeonato Mineiro, a primeira rodada seria disputada no próximo final de semana do dia 21 e a segunda rodada seria disputada no final de semana do dia 28.
De acordo com a denúncia apresentada pelo clube da região metropolitana de Belo Horizonte, o Ipatinga teria infringido o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) por ter falsificado a assinatura das carteiras de trabalho de jogadores que disputaram o Módulo II. O Tigre foi vice-campeão da divisão de acesso ao Mineiro e com isso subiu para a elite deste ano. Se for punido, o clube do Vale do Aço seria retirado do Estadual e a vaga ficaria com o Betim, terceiro colocado do Módulo II.
A medida liminar que impede a abertura do Estadual, até transitado em julgado o processo, deverá ser reformada pelo Pleno do STJD.
Apesar de acreditar na resolução da disputa jurídica sem maiores prejuízos à realização do Estadual, o especialista avalia o momento como uma oportunidade para os clubes repensarem a organização do campeonato. “Do ponto de vista do ‘business’, situações como esta desvalorizam ainda mais os campeonatos estaduais e trazem insegurança a quem transmite e a quem patrocina.
O maior ‘produto’ das federações estaduais precisa ser tratado com o maior profissionalismo e zelo possíveis, sob pena de perder ainda mais espaço ou de, até mesmo, ser extinto. Os clubes deveriam considerar a hipótese de eles mesmos passarem a organizar a competição permitindo-se que os grandes joguem com times mistos preparando-se para as competições mais importantes do calendário”, avaliou.