O indivíduo, residente de São Lourenço, em Minas Gerais, estava na Praça dos Três Poderes no domingo (8) e disse que pegou o exemplar da Constituição Federal para evitar que fosse rasgado
Em depoimento à Polícia Federal (PF), documento ao qual o junto com você teve acesso, um dos presentes durante o ataque aos Três Poderes no domingo (8) disse acreditar que as portas do Supremo Tribunal Federal (STF) estivessem abertas, pois entrou no prédio sem ver nenhuma porta quebrada ou arrombada.
O homem se apresentou voluntariamente em uma delegacia da PF em Varginha, Minas Gerais, e foi o responsável por devolver o exemplar da Constituição Federal roubado do prédio do STF às autoridades. Ele foi ouvido e liberado.
O depoimento foi divulgado por vários portais de imprensa e tivemos acesso. Questionado porque guardou o livro da Constituição, Lima afirmou que o fez pois o exemplar não o pertencia. “Eu peguei para depois devolver. Porque a índole da minha mãe… O que eu pegar e não for meu eu tenho que devolver, foi assim que eu aprendi”.
Ele disse que foi para a Praça por volta das 13h, e percebeu que, mesmo que não houvesse nenhuma liderança específica, alguns manifestantes mais exaltados começaram a incitar os demais e a situação começou a sair do controle. A barreira de cercas de segurança que havia no local foi rompida e algumas pessoas invadiram o perímetro de segurança e os prédios públicos.
O indivíduo falou que, apenas depois que o movimento já havia aumentado, ele também entrou no perímetro de segurança, passou próximo ao Congresso e ao Palácio do Planalto e depois se dirigiu ao prédio do STF, por onde entrou pela parte de trás do prédio, passou pelo saguão e saiu pela frente.
Ele disse que viu muitas coisas de vidro já quebradas, mas que não viu nenhuma porta arrombada ou quebrada, e por isso acredita que as portas estivessem abertas.
Quando viu três pessoas passando com o exemplar da Constituição Federal em mãos, gritando “vamos rasgar”, ele disse ter achado aquilo um absurdo e pegado o livro da mão dessas pessoas. Como não sabia o que fazer com o livro no momento, acabou trazendo o exemplar para casa para devolvê-lo às autoridades posteriormente, pois queria evitar que ele fosse destruído.
Ele fez a observação que pareciam haver pessoas ali apenas com o intuito depredar e fazer a situação sair de controle, e que o seu intuito nunca foi participar de qualquer movimento destrutivo ou violento.
Ele saiu do local para se dirigir de volta ao ônibus antes das forças policiais chegarem na Praça e disse ter embarcado no fim da tarde e chegado em São Lourenço no dia seguinte. E acrescentou que não sabe quem pagou pelo ônibus.