A Nova Economia e o Capitalismo Consciente

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Vivemos um momento de mudança na sociedade e nos negócios. É uma mudança profunda que de vez em quando gera muito barulho, mas na maioria das vezes caminha forte e silenciosa, porém nunca despercebida.

Essa transformação busca trazer aos negócios um novo formato: a transição da Velha Economia para um novo lugar que chamamos de Nova Economia. A tecnologia nos permite chegar neste novo momentoe se torna um grande pilar para toda esta mudança, mas a transição para a Nova Economia exige muito mais que isto, e o ponto de partida é entender as principais diferenças entre a Velha e a Nova Economia.

Na Velha Economia, são prioridades os modelos tradicionais de negócios, com pouca ou quase nenhuma flexibilidade, com uma aversão total ao erro (fugindo dos problemas e das mudanças), com foco total no produto e na valorização do capital, sendo um modelo analógico ecom uma distância segura dos problemas coletivos. Bem, só por essas características já percebemos claramente que é um modelo que não se sustenta mais. Todas as empresas e negócios que quiserem se manter neste lugar passarão por grandes turbulências e, se não se reinventarem, correm, inclusive, o risco de desaparecer, mesmo que aos poucos.

Dentro desse contexto que exige atitude de mudança, surge a Nova Economia que busca trazer uma nova lógica para todo o mercado, com uma cultura centrada em pessoas, aliada aos grandes impactos da tecnologia, abraçando as mudanças e incentivando a colaboração a todo momento. Aqui, os negócios priorizam a agilidade e a inovação, trazendo o digital para contribuir no que efetivamente impacta o consumidor, valorizando o conhecimento e a autonomia, buscando aprender com os erros e corrigi-los rapidamente. Neste novo mercado, buscamos a responsabilidade social e não só o ganho individual. Mesmo quando temos possibilidades de ganhos exponenciais com apoio da tecnologia, buscamos o propósito para provocar mudanças para um mundo melhor, literalmente, para todos.

Quando falamos de Nova Economia, apesar do conceito ter surgido há algum tempo, ainda temos muito que caminhar. O primeiro registro oficial do termo “Nova Economia” foi identificado no artigo “The Triumph of the New Economy – A powerful payoff from globalization and the Info Revolution”, escrito por Michael J. Mandel e publicado na revista BusinessWeek. Era 1996 quando Mandel abordou o movimento do mercado mundial que deixava de ser industrial para priorizar os serviços. Vemos que, como toda grande transformação de era, o processo segue na sua própria velocidade e com resistências, mas a partir da aceleração da tecnologia, com acesso para milhões, já foram criadas as bases para os novos negócios disruptivos, para as startups e para o crescimento exponencial do empreendedorismo.

Com a utilização da tecnologia, acelerada inclusive pela pandemia, o mundo da Nova Economia foi se tornando “Figital”. Em muitos lugares este termo refere-se apenas à questão da convivência do universo físico com o digital e as várias possibilidades de canais de comunicação ou venda, mas acredito num outro significado. Vejo o mundo hoje como o somatório do físico com o digital e com a participação decisiva do social. Pensando por esta ótica, o Capitalismo Consciente se entrelaça com a Nova Economia e passa a ser um dos motores desta transformação na sociedade, nos negócios e no mundo.

A necessidade de ser uma empresa que acredita, e pratica, o Capitalismo Consciente se coloca como um fato na Nova Economia e será fundamental para a longevidade e sucesso dos negócios.

Quando falamos do Capitalismo Consciente, acreditamos que um negócio consciente está alicerçado em quatro pilares fundamentais. Para ser conscientea empresa precisa:

1Ter um propósito maior que seja voltado à sociedade, com entrega e benefícios mútuos, colocando este propósito acima do lucro de curto prazo;
2 – Promover uma integração com os stakeholders, onde todas as partes interessadas sejam valorizadas, numa relação horizontal de transparência e confiança;
3 – Adotar uma cultura e gestão conscientes, com humanização e sentimento de pertencimento dos colaboradores;
4 – Ter uma liderança consciente, preocupada com as demandas da sociedade e usando seu poder e influência para disseminar o propósito e a cultura da empresa.
Esses pilares são fundamentais para a jornada de sustentabilidade e, somados às iniciativas ESG (do termo em inglês Environmental, Social and Governance), podem trazer respostas à sociedade na busca por um cenário melhor para todos nós no futuro.

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